terça-feira, 4 de novembro de 2008

Manuela Ferreira Leite diz que Sócrates não é confiável


A presidente do PSD defendeu hoje que o primeiro-ministro não é confiável, entre outros motivos por alegar desconhecer o conteúdo do orçamento e por afirmado que sabe da crise internacional desde o início do ano.No discurso com que encerrou as jornadas parlamentares do PSD, em Évora, Manuela Ferreira Leite salientou a importância de se confiar naqueles que exercem o poder, dizendo que “nada será eficaz se não se confiar em quem decide”.Logo em seguida, a presidente do PSD procurou classificar o primeiro-ministro, José Sócrates, como um político em quem não se pode confiar, acusando-o de incoerência.“Não podemos confiar em alguém que diz hoje uma coisa e amanhã o seu contrário, que afirma algo como se fosse verdade e depois age exactamente ao contrário do que apregoou”, defendeu, referindo-se ao pagamento das dívidas do Estado anunciado no domingo pelo Governo. Segundo Manuela Ferreira Leite “há inúmeros exemplos desta duplicidade”.A presidente do PSD referiu-se depois ao “episódio da apresentação do orçamento [do Estado para 2009] assinado por quatro ministros”. “O Governo introduz uma importante alteração à lei do financiamento dos partidos, que tentou que passasse despercebida a todos os deputados. Denunciada a iniciativa, o Governo apressou-se a desmentir, acusando a oposição de erro de interpretação. Depois evoluiu para a gralha. Finalmente negou conhecer sequer a existência da norma e do seu autor”, descreveu. “Como se pode confiar num Governo que entrega na Assembleia da República um documento com a importância da lei orçamental sem sequer verificar o que ele contém?”, questionou.Manuela Ferreira Leite acrescentou mais à frente que “na verdade com o engenheiro Sócrates nunca se sabe de que lado está a verdade” e apontou como exemplo “o que se passou com a crise financeira”.“Por um lado, actuou sempre como se tivesse sido apanhado de surpresa. Depois assegurou que Portugal era imune à crise. Afinal há dez dias numa entrevista afirmou que ‘a crise financeira já era visível no início deste ano’. Como se pode confiar num primeiro-ministro que não tomou em consideração na sua actuação política um facto desta gravidade? E agora confessa que afinal já a conhecia desde o início do ano?”, interrogou a presidente do PSD.No seu discurso, em que se referiu ao primeiro-ministro como “engenheiro Sócrates”, Ferreira Leite acusou-o ainda de querer “uma sociedade amorfa, obediente, calada” e com esse objectivo tentar “que seja cada vez maior a dependência da decisão do Estado”.De acordo com a presidente do PSD “o que se obtém hoje do Estado não é por mérito, mas por atestado de bom comportamento” e “quando um governante sente que não tem a confiança das pessoas recorre ao autoritarismo, à prepotência, à ameaça e ao ataque pessoal”.“O que o Governo tenta fazer com a oposição foi o que foi fazendo com os diferentes grupos sociais: Desprestigiar, desmoralizar e inibir. O Governo cultiva esta conflitualidade destrutiva, ignorando até a importância dos símbolos e das organizações”, disse, sublinhando que “o PSD não se deixa atemorizar”.Por outro, Manuela Ferreira Leite sustentou que “em vez de ter ministros para resolver os problemas dos portugueses, o primeiro-ministro tem ministros ocupados em tomar conta da oposição, tem ministros com funções jornalísticas, ministros que fazem de comentadores e ministros com vocação comercial”, o que motivou risos dos deputados do PSD.Sobre a ministra da Educação, a quem já fez elogios, Ferreira Leite considerou que parecia estar “a pensar no bem comum”, mas “afinal trabalha para as estatísticas, sem respeito pelo prestígio dos professores e sem respeito pelo futuro dos alunos”.
(In LUSA)

1 comentário:

Anónimo disse...

Força Manuela Leite.

Não se cale. Concordo plenamente com esta análise sobre o (falso e mentiroso) "engenheiro" Socrates.

É preciso falar mais e denunciar isto tudo. Tirar o Sócrates do pelouro que não faz lá nada.

Não se esqueçam também da descentralização. Eu como portuense aguardo há já muitos anos por essa descentralização efectiva. E tenho ainda só 30 anos.