quarta-feira, 14 de março de 2012

Importa esclarecer


Na ultima reunião de câmara critiquei a forma como foi feito o concurso de ideias para o areal da praia, uma vez que não se balizou os termos do concurso. Assim, o projeto vencedor apresenta propostas com que todos concordamos, mas que, como foi assumido pelo executivo, não tem hipóteses de ser realizado uma vez que custaria 102 Milhões de euros.

Na falta de melhor argumentação, o Vereador António Tavares veio lembrar o custo do projeto do Centro de Congressos no mandato do Dr. Santana Lopes.

Ora, há uma enorme diferença entre o custo do projeto do Centro de Congressos e o dinheiro agora gasto no concurso de ideias. Há 11 anos havia a intenção de fazer a obra para a qual se tinha mandado elaborar o projeto. Não era um sonho, era uma determinação. Agora, no mesmo momento em que se apresenta o projeto é dito que não existem condições para o desenvolver. Parece-me normal perguntar, se não é possível realizar esse sonho e todos sabemos que não é, para que serviu o concurso de ideias.

O projeto do Centro de Congressos foi pedido ao Arquiteto Ricardo Bofill no início de 2001 e em Outubro do mesmo ano é apresentado o anteprojeto. Três meses depois, termina o mandato do Dr. Santana Lopes e a equipe seguinte entendeu, na minha opinião mal, não seguir com o projetado.

No entanto, importa esclarecer que este “sonho” custaria 14 Milhões de Euros e que se tinham iniciado as negociações com o governo para que a obra fosse paga, na sua maioria, por receitas extraordinárias do Jogo. Na época o governo tinha prorrogado a concessão do jogo por mais 15 anos, à Sociedade Figueira Praia, contra um pagamento de 26 Milhões de Euros. Iniciou então o Dr. Santana Lopes conversações com o governo, “exigindo” que ao município coubesse metade desta verba, o que pagaria a esmagadora maioria da obra. Ou seja, desistiu-se do projeto não por falta de possibilidade de financiamento, mas por uma opção política, que apesar de respeitável, me parece errada.

Para além de todos os argumentos, facilmente se perceberá a diferença da dificuldade em realizar um projeto de 14 Milhões de Euros ou um de 102 Milhões, como o agora proposto. Acresce, que o tempo que vivemos, no País e no Mundo, em termos financeiros, é bem diferente do que se vivia há uma década.

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