domingo, 20 de julho de 2008

NUCLEAR, SIM OU NÃO?


O governador do Banco de Portugal considerou a passada semana no Parlamento que a opção pela energia nuclear, para enfrentar a actual crise energética, deve ser pensada.
O governador quer que Portugal estude as vantagens da energia nuclear, afirmando que é uma opção que não pode deixar de estar em cima da mesa.
Vítor Constâncio afirmou, que é preciso reduzir a dependência energética nacional mostrando-se muito pessimista sobre uma redução do preço dos combustíveis: «A alteração estrutural dos preços de energia está para ficar».
Mais uma vez a Finlândia serviu como exemplo, «Acho que é uma opção que deve estar em cima da mesa. Basta pensar na Finlândia, um país bem gerido, que iniciou há pouco tempo um programa de construção de centrais nucleares».
Deixando de lado o inusitado facto, de assistirmos a recomendações do governador do Banco de Portugal ao governo em disciplinas que seguramente não são da sua competência, resta-me a matéria de facto. Diz Vítor Constâncio, que a aposta no nuclear deve ser pensada para sairmos da crise. Será uma premonição do governador, que acredita que estaremos em crise até 2020? È que mesmo que decidíssemos hoje a construção de uma central nuclear, esta só seria uma realidade daqui a doze anos.
Quanto à construção do quinto reactor nuclear da Finlândia, o exemplo também podia ser melhor. O projecto está, pelo menos, dois anos atrasados em relação ao calendário inicial e os custos estão 50 por cento acima do orçamentado com os prejuízos a somarem 1500 milhões de euros.
Ou seja, o governador tem razão. O debate deve existir, quanto mais não seja para se perceber que Vítor Constâncio pouco sabe sobre o nuclear…

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