
Contudo, em virtude de diversas agressões e da má-gestão, ou mesmo da ausência de qualquer estratégia de gestão sustentável de que tem vindo a ser alvo, o estuário do Mondego acabou por ser classificado em 2006, pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP), como uma “zona morta”, em virtude da falta de oxigénio que apresenta.
O Programa de Acção Global para a Protecção do Ambiente Marinho e Fontes Localizadas em Terra esclarece que o aludido problema da fraca oxigenação destas águas é agravado pelo assoreamento do braço Sul do rio, na Ilha da Morraceira, em virtude da criação de maiores dificuldades hidrodinâmicas para a circulação das águas.
Também a montante, o assoreamento é uma situação bastante grave podendo registar-se, por exemplo, em frente à Praça da Canção, em Coimbra, um nível das águas do rio que, por vezes, não ultrapassa uns meros 50 centímetros.
A Secção de Desportos Náuticos da Associação Académica de Coimbra e a “Odabarca”, a empresa que explora a embarcação Basófias e que organiza passeios turísticos no Mondego, vêm-se queixando, respectivamente, da impossibilidade de desfrute do rio, para além de várias situações de embarcações que encalham em bancos de areia.
A tudo isto respondeu o Gabinete do Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, ao requerimento que oportunamente apresentei, afirmando que o INAG se encontrava a ultimar um plano de gestão para a extracção de inertes no rio e que “não havia indicação” de que a situação de assoreamento “representasse um risco para pessoas e bens”. No que foi aquele Gabinete Ministerial então secundado pelo presidente da CCDR/C, embora vários especialistas tenham vindo consecutivamente a alertar para a necessidade da adopção de medidas eficazes, nomeadamente ao nível do modelo de gestão da Barragem da Aguieira.
Nestes termos, apresentei um requerimento à Comissão do Poder Local e Ambiente para a constituição de um Grupo de Trabalho, com carácter de urgência, no seio dessa Comissão Parlamentar, com o propósito de analisar e avaliar esta situação, e em consequência, propor as soluções que, nessa conformidade, venham a emergir para uma adequada resolução deste problema.
Infelizmente e inexplicavelmente o Partido Socialista votou contra, inviabilizando assim a criação de um grupo de trabalho que poderia contribuir para encontrar uma solução . Mas o mais grave, é que nem o PS nem o Governo apresentam nenhuma solução.
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