sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A Rainha das Praias


Desde o tempo em que a Figueira se afirmou como a «Rainha das Praias de Portugal» - nos finais do século XIX e na primeira metade do século XX - o País, a região e a cidade mudaram muito. Com o chamado «declínio das águas frias», assistimos ao desenvolvimento e afirmação do Algarve e de outros destinos turísticos em Portugal, bem como a um desenvolvimento fortíssimo do turismo em Espanha.
As novas vias de comunicação criaram novos movimentos pendulares permitindo que as pessoas possam vir até à praia e regressem ao fim do dia a sua casa. Mais recentemente, deu-se o fenómeno dos destinos exóticos, com voos regulares de baixo custo e estadias a preços competitivos que alteraram os hábitos dos turistas portugueses e estrangeiros.

Estamos portanto perante novos desafios a que é preciso responder com eficácia para que não sejamos ultrapassados pela velocidade do tempo. Trata-se de um trabalho permanentemente inacabado e para o qual estão convocados todos os agentes. Para «atingir» vários públicos alvo, o actual Executivo da Câmara da Figueira da Foz, através da empresa municipal Figueira Grande Turismo, definiu uma estratégia que assenta em seis eixos principais: a Gastronomia; o Turismo Náutico; o Turismo Cultural; o Turismo de Negócios; o «Short Break» e o Sol e Praia.

Definida a estratégia, é necessário envolver todos os agentes económicos para se obter os resultados pretendidos, como se de um puzzle se tratasse. Por exemplo, os seis eventos gastronómicos temáticos que existem ao longo do ano envolvem múltiplos restaurantes do Concelho. Mas há nesta matéria ainda muito caminho a percorrer no sentido de juntar esforços para que, em conjunto, se possa oferecer cada vez mais um produto de qualidade.

Este ano requer esforços adicionais uma vez que, dada a crise económica, financeira e social, o Instituto de Turismo de Portugal prevê uma desaceleração do sector em 2009. Apesar de tudo temos razões para sentir confiança. Em 2008, a Figueira conheceu um dos seus melhores anos em termos de realização de congressos. E, apesar das várias condicionantes que nos afectam actualmente, verificou-se no primeiro semestre deste ano um aumento de 6% de visitas aos postos de turismo relativamente a igual período do ano passado.

Parece-me evidente que temos de continuar e até aumentar os investimentos em
animação e demais actividades correlativas para continuar a captar novos públicos e fidelizar os que já hoje nos visitam. Há, por isso, muito trabalho ainda a realizar e para o qual estamos todos convocados. A segurança é um valor inestimável que podemos «vender» melhor e a moda dos destinos muito quentes também já conheceu melhores dias. O turismo de contacto com a natureza – com especial incidência no pedestrianismo – deve ser mais divulgado tendo em conta a Serra da Boa Viagem e os circuitos identificados em Maiorca. Este sector tem ainda a vantagem de combater a marca da sazonalidade que ainda caracteriza o turismo figueirense.

Neste sentido, os novos projectos de hotelaria no Concelho propiciam uma oferta melhor e mais diversificada. Refiro-me à adaptação do Paço de Maiorca num hotel de charme e à conclusão dos licenciamentos da Hotel Ponte Galante e do hotel do Grupo Visabeira, junto às Abadias. Processos em que o Executivo da Câmara Municipal da Figueira da Foz se empenhou directamente para dinamizar o turismo do Concelho.

Dentro de dois meses vamos ter Eleições Autárquicas e será um bom momento para apreciar as propostas que as candidaturas vão fazer para o sector do turismo. Cuidado com os que vão prometer que até em Dezembro fará sol…

2 comentários:

Heráclito Guimarães disse...

Exmo sr. deputado Miguel Almeida, normalmente não comento blogs políticos, mas tinha de o fazer relativamente ao seu.

A sua dedicação à cidade, deconfiada e mal falada por uns e bem vinda por outros é da minha parte agradecida, pois prefiro que fale e faça dos que aqueles que muito falam e nada fazem. Este é o maior paradigma da nossa cidade. Há-os que falam e não fazem, assim como os que não falam e também não fazem. porém existe infelizmente quem queira fazer e é-o impedido, sabe-se lá Deus porquê!

Em relação à perda de evidência da nossa cidade no panorâma turístico nacional, assim como nos cadernos dos melhores operadores turísticos, devo opinar que a culpa é dos empresários locais, assim como da má gestão turística local.

Todos nós somos compradores e apenas compramos aquilo que melhor se adequar à(s) nossa(s)necessidades e logo deixamos de comprar o que não nos satisfaz.

O galardão de "Rainha das Prais de Portugal" conseguiu-se precisamente como referiu numa época dedicada às águs frias em que os médicos recomendavam a visita a estas paragens, mas como bem referiu as condições mudaram as ideologias também e s pessoas que nos visitaram ficaram mais velhas. Parámos no tempo e a FFoz deixou de ser a praia mais próxima de Madrid. Os filhos daqueles que nos visitavam foram crescendo e encontrando destinos que oferecessem mais e melhores condições do que as apresentadas nesta cidade à beira mal "apenas" plantada.
Não basta ir às feiras e vender imagem, não basta fazer festas da sardinha para consumidor interno ver.
É preciso união dos empresários locais e verdadeira vontade de estabelecerem-se sinergias capazes de dar um empurrão a um reinício de reconhecimento da FigFoz como bom destino turístico.

Esta ideia por si descrita relativamente a vontades da FGT -
"Para «atingir» vários públicos alvo, o actual Executivo da Câmara da Figueira da Foz, através da empresa municipal Figueira Grande Turismo, definiu uma estratégia que assenta em seis eixos principais: a Gastronomia; o Turismo Náutico; o Turismo Cultural; o Turismo de Negócios; o «Short Break» e o Sol e Praia" - foi por mim conversada em vários escritórios na FigFoz, aquando da apresentação de um projecto de animação da cidade que me desiludio relativamente à prestação das entidades responsáveis pelo Turismo na minha cidade, mas mais ainda pela prestação, ou ausência dela, por parte dos empresários locais.
Todos dizem que sim a tudo, mas ficam à espera que aconteça acusando-se uns aos outros de responsabilidades que afinal de contas são de todos.
A cidade apenas gosta de mal falar, quando deveria gostar de trabalhar e mostrar serviço, vide os blogs em que só se mal diz e pouco ou nada se reconhece de bem feito seja por quem for.
Depois há o facto de os próprios cidadãos não serem bairristas e ajudarem os eventos locais. Ausência de participação é o mais comum, desconfiança, etc.

Como já me alongo demais apensa lhe quero fazer um pedido.

O pedido é que consiga ou reuna as forças políticas de forma a conseguirem unir os partidos, os empresários numa una vontade de fazer a Figueira prosperar. Como? Abdicando de quererem ganhar tudo de uma só vez e de invejarem o sucesso dos outros, mas isto tudo aprendendo a não falar mal aos turístas da própria cidade e a participar ou incentivar a participação em todo e qualquer evento o acção realizada na cidade.

Sou apenas um dos muitos que amam a sua cidade, mas veêm-na parada no tempo fruto de interesses que vá lá Deus perceber porquê!
Poderia alongar-me em considerações e sugestões, mas tornar-se-ia chato para os leitores(que nunca se identificam)de blogs figueirenses e que também passam pelo seu.
A Figueira precisa de Homens e Mulheres com H e M maiúsculos, que queiram ser exemplos a seguir e não de anónimos que se escondem atrás de teclados fugindo a dever cívico de participação activa na vida da política(significado)local.

Cumprimentos
Heráclito Guimarães

Anónimo disse...

Uma das maneiras de combater a sazonalidade ,característica muito vincada na nossa cidade, será mudar a mentalidade que o turismo da Figueira da Foz se baseia apenas no turismo de Verão.O turismo de Verão deve ser um complemento ao turismo que eu apelido de "fim semana",deve a Figueira criar meios para "chamar" pessoas durante todo o ano com eventos que possam dinamizar a cidade,temos de aproveitar o enorme numero de pessoas que possuem segundas habitações para que venham para a Figueira no Outono,Primavera ou ate no Inverno, penso que é um aspecto que deve ser trabalhado e que pode trazer resultados a curto prazo.
Depois de termos uma base de sustentação com estas pessoas, podem então as entidades privadas, restauração,hotelaria e afins investirem e dinamizarem as suas actividades para fixarem estas pessoas o que vai permitir que muitas outras possam vir , sabendo que na Figueira da Foz também se passam fins de semana agradáveis fora do período estival.
Penso que as primeiras iniciativas devem partir da entidades oficiais abrindo depois espaço para as entidades privadas.Dou como exemplo a criação de fins de semana temáticos que possam atrair as varias comunidades que visitam a figueira, sejam elas de Coimbra, Viseu , Salamanca.
No fim de lerem isto podem perguntar mas... e ideias concretas ? Lógico que existem e certamente outras pessoas devem ter outras ideias , para isso existe um espaço como este para debater ideias,projectos,ambições,mas sempre com um único fim servir a Figueira da Foz a minha cidade de sempre. E como diz a canção "a bordo ninguém se teme"

Carlos Girão